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SOJA - 40 ANOS

Cultivo e lavouras de rotação em área indígena dividem opinião

Professor faz críticas; cacique paresi e agrônomo são a favor do cultivo mecanizado da leguminosa

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Omar Pichetti acredita que sua região se desenvolve graças ao agronegócio puxado pela soja

O cultivo da soja e suas lavouras de rotação em áreas indígenas divide opiniões nas aldeias.

O cacique Roni Paresi participou da conferência do clima em Sharm el-Sheikh, no Egito, em novembro, e defende esse cultivo.

Em artigo nesta edição, intitulado “Xavante quer natureza”, o professor Xisto Tserenhir’u contesta o cultivo mecanizado nas terras dos xavantes.

Roni Paresi revelou que os haleti paresi, nambikwara e manoki cultivam 20 mil hectares nas terras indígenas Rio Formoso, Paresi, Utiariti, Tirecatinga e Irantxe, em Campo Novo do Parecis e vizinhança, e que essa atividade movimenta, anualmente, R$ 140 milhões, que são administrados por cooperativa indígena e que geram três mil empregos.

Agrônomo em atividade no município de Água Boa, no Vale do Araguaia, desde 1990, Omar Pichetti acredita que sua região se desenvolve graças ao agronegócio puxado pela soja.

Destaca que a ocupação do vazio demográfico regional aconteceu com a abertura do cerrado nos anos 1970 para o cultivo do arroz, o que resultou em grave crise na década seguinte, causando desvalorização da terra e o fortalecimento da pecuária extensiva.

Salienta que “no início dos anos 90, com base em pesquisas desenvolvidas pela Fundação MT, principalmente, e posteriormente com o suporte da Aprosoja, a região assumiu sua vocação para o cultivo da cultura da soja, com administração, profissionalismo e adoção de tecnologias de ponta, ombreando com as principais regiões produtoras de Mato Grosso em termos de inovação e produtividade”.

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Segundo Pichetti, “o cultivo da soja tem produzido visíveis e positivos impactos sociais na região”.

“As cidades apresentam crescentes demandas na construção civil, as residências são de médio e alto padrões, a oferta de mão de obra é abundante e diversificada, atraindo migrantes de outras partes do país”, diz.

Como consequência, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) melhora e os governos investem no bem-estar social.

O agrônomo lembra que o agro promove um ciclo virtuoso de empregabilidade e proporciona melhoria na qualidade de vida.

Pichetti vê a soja como cultura extremamente versátil, fundamental para garantir a segurança alimentar de oito bilhões de pessoas que habitam a face da Terra.

E destaca suas qualidades nutricionais, “com elevado valor protéico é uma leguminosa rica em ferro, cálcio, zinco, potássio e vitamina E.

Tais nutrientes são fundamentais para regular as funções vitais do organismo, colaborando para uma vida saudável”. Pichetti cita que o grão de soja possui em torno de 24% de óleo e 40% de proteínas.

Por sua vez, o farelo de soja, seu principal subproduto, possui entre 46-48% de proteínas, sendo amplamente utilizado pela indústria como fonte de proteínas para a criação animal de aves, bovinos e suínos”.

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Lembra que o óleo de soja é muito utilizado como matéria-prima para óleo refinado, gorduras hidrogenadas, margarinas, maionese; que a leguminosa é fonte de matéria-prima para a indústria de tintas, lubrificantes, solventes, plásticos, resinas e recentemente na fabricação de pneus, além do importante uso como biocombustível.

Cita que no consumo humano a disponibilidade de produtos à base de soja tem crescido muito em razão do seu elevado valor protéico e nutritivo, sendo opção para dietas com redução de lactose, dietas veganas e vegetarianas e alternativa à proteína animal a custo acessível.

Finalizando, Pichetti reforça que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estima que, até 2029, o Brasil aumentará a produção de soja em 32%, o consumo em 22% e as exportações em 41%.

Acrescenta que a cadeia produtiva da soja movimenta 100 bilhões de dólares por ano no Brasil, envolvendo 243.000 produtores e um mercado de 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

Esse gigantismo todo, ocupa, segundo Pichetti, citando a Conab, 9,8% do bioma cerrado, 0,7%do bioma amazônico e 4% do território nacional.

“Por sua versatilidade e importância, a soja é uma planta indispensável para o presente e futuro da humanidade”, conclui.

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