O terceiro levantamento da cultura de café, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (04.09), indica que o Brasil deve colher 55,2 milhões de sacas beneficiadas em 2025. O resultado representa crescimento de 1,8% sobre a safra passada, mesmo em um ciclo de bienalidade negativa do arábica, quando a produção costuma recuar.
De acordo com a Conab, a alta decorre da recuperação da produtividade média nacional, que subiu de 28,8 para 29,7 sacas por hectare. A área em produção foi estimada em 1,86 milhão de hectares, 1,2% menor que no ano anterior, enquanto a área em formação cresceu 11,9%, alcançando 395,8 mil hectares. No total, a cafeicultura ocupa 2,25 milhões de hectares no país, avanço de 0,9% em relação a 2024.
O café arábica, que responde pela maior parte da safra, deve recuar 11,2%, somando 35,2 milhões de sacas. Minas Gerais, principal estado produtor, concentra 75% da área e deve colher 24,7 milhões de sacas, queda de 10,8% influenciada pelo ciclo da bienalidade e pela estiagem antes da floração.
Já o conilon mostra desempenho oposto e deve atingir 20,1 milhões de sacas, 37,2% acima do registrado em 2024. O Espírito Santo responde pela maior parte da produção, com previsão de 13,8 milhões de sacas, avanço de 40,3%. Bahia e Rondônia também ampliam sua participação, com crescimento de 33,5% e 10,4%, respectivamente.
No comércio exterior, os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, de janeiro a julho, o Brasil exportou 23,7 milhões de sacas, queda de 16,4% sobre o mesmo período de 2024. Apesar da redução em volume, a receita alcançou R$ 49 bilhões, alta de 44,1%, reflexo da valorização do grão no mercado internacional no início do ano.
Segundo a Conab, os dados confirmam que o café segue como uma das culturas mais relevantes do agronegócio brasileiro, com avanços no conilon compensando a retração do arábica e garantindo equilíbrio à produção nacional.
Fonte: Pensar Agro